O conteúdo, a forma, a estrutura da Carta Magna do bem são perfeitos, irretocáveis.
O homem-paz, Mahatma Gandhi, foi capaz de dizer que se fossem perdidos todos os textos sacros da Humanidade, e só se salvasse o Sermão da Montanha, nada estaria perdido.
Sábia observação pois, realmente, está ali o mais seguro guia de conduta de que se tem notícia.
Não só pelas nove bem-aventuranças que cantam esperança, mostrando um futuro feliz para os corações sedentos de orientação e consolo mas, também, pela postura perante a lei antiga, mostrando que teve seu tempo, sua validade, no entanto, precisava de reforma, de melhoria. Precisava dar o próximo passo.
São muitas orientações, algumas brandas, outras enérgicas.
É no Sermão do Monte que Jesus fala que não se pode esconder uma cidade situada sobre o monte, conclamando-nos a fazer brilhar a luz interior que todos temos.
É ali que fala do amor aos inimigos, jamais pensado, jamais considerado antes por alguém. Uma proposta revolucionária e de beleza inigualável pelas nuances intrínsecas.
Foi do alto daquele monte que nos ensinou a orar, primeiro recomendando que a oração fosse realizada em nosso quarto interno.
Depois, orientando-nos a evitar o palavreado excessivo, tornando o ato de falar com Deus uma conversa amiga, desprovida de ritos ou pomposidades.
Por fim recita o Pai nosso...
Como esquecer aquela oração, aquele roteiro, aquele poema de luz!
Quantas almas, ao longo das eras, já se libertaram de seus sofrimentos atrozes, nas asas de um Pai nosso, feito de coração! Quantas almas...
Em seguida, fala dos tesouros do céu, mostrando que são os únicos que levamos daqui, os únicos verdadeiramente reais para nossa vida espiritual.
Olhai as aves do céu... Não semeiam, nem ceifam... E vosso Pai celestial as alimenta...
Que consolo aos de vida material sofrida, aos que padecem a falta do necessário saber que alguém os cuida com carinho...
Do alto da montanha ainda diz Jesus: Pedi e vos será dado. Buscai e encontrareis. Batei e será aberto para vós.
Fez-nos deuses das possibilidades, das realizações através de uma vontade pulsante no íntimo.
Termina o grande poema de forma majestosa e didática:
Todo aquele que ouve estas minhas palavras e as pratica, será comparado ao homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha.
Caiu a chuva, vieram as torrentes, sopraram os ventos; precipitaram-se contra aquela casa, mas não desabou.
* * *
Construir nossa casa sobre a rocha é buscar a prática dos ensinos do Cristo em nossa vida diária.
De nada vale conhecer as palavras, os conteúdos, se eles não nos fazem homens e mulheres melhores, se não nos transformam em pessoas de bem.
Construir nossa casa sobre a rocha é perguntar sempre: Qual o comportamento cristão nesta circunstância?
Em cada decisão, questionar: Qual a decisão que me leva ao bem do meu próximo? Que me transforma em farol de luz sobre os alqueires do mundo atual?
É tempo de construir essa nova casa, nos dias de hoje, finalmente, sobre a rocha.
Redação do Momento Espírita.
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